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Cela faz modelagem de projetos de hidrogênio verde

Empreendimentos saem da fase de intenções para a de análise financeira, mas titular da consultoria diz que é necessário programa de incentivos.

Imagem: Divulgação


A consultoria em energia renováveis Cela - Clean Energy Latin America já assinou contratos para modelagem financeira de dois grandes projetos relacionados a hidrogênio verde no Brasil e segue recebendo consultas de empreendedores interessados em investir no segmento.


Informou a diretora da empresa Camila Ramos nesta quarta-feira, 24, durante o Intersolar South America, congresso de energia solar fotovoltaica que está sendo realizado em São Paulo.


O primeiro projeto foi para uma empresa geradora de energia renovável que negociava fornecimento para produção de hidrogênio verde.


E há cerca de dois meses a Cela assinou contrato diretamente com um grande produtor de H2V.


“Este tema é o mais quente hoje no setor de renováveis, especialmente porque segundo a Bloomberg New Energy Finance o Brasil tem potencial de produzir o segundo hidrogênio verde mais barato do mundo, logo atrás do Chile”, disse a executiva a FotoVolt.


Imagem: Divulgação


Camila, que também é conselheira e diretora de financiamento da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, informou que muitas das consultas partem de empreendedores que já assinaram memorandos de entendimento com governos estaduais e agora estão na fase de análise de viabilidade financeira dos projetos.


“Nós auxiliamos em toda a modelagem, primeiro do fornecimento e custo da energia que será utilizada no eletrolisador, que deve ser a mais competitiva possível porque cerca de 80% do custo do hidrogênio verde corresponde à energia elétrica para a eletrólise.


O segundo passo é equalizar toda a modelagem financeira do projeto de produção do hidrogênio para atendimento dos mercados interno e de exportação”, explica.


Para ser classificado como verde, o hidrogênio dever atender a rigorosas exigências ambientais sobretudo da União Europeia, o principal mercado importador potencial.


Ou seja, é preciso certificar a origem limpa da eletricidade utilizada, razão pela qual, nessa fase inicial, os empreendedores têm preferido investir no pacote completo, de produção de eletricidade solar ou eólica em conjunto com o eletrolisador, em vez de optar pela compra de energia no mercado.


“Assim, é possível garantir que toda a energia vem de um projeto dedicado de energia renovável e não da rede.”


Isso não significa que não exista mercado para projetos que utilizem energia da rede, mas estes se enquadrarão em outros tipos de certificação.


Imagem: Divulgação


“Os países têm fatores de emissão de grid diferentes. O do Brasil é específico porque temos as hidrelétricas, eólicas, solares, etc., mas o mercado consumidor é que vai demandar que tipo de certificação quer para atender à sua demanda”.


Porém, por maior que seja a vocação do Brasil para a energia renovável, o mercado de hidrogênio verde não se desenvolverá em todo o seu potencial por aqui se não houver um programa adequado de incentivos, defende Camila.


O governo federal lançou há dois meses o Programa Nacional do Hidrogênio, orientação estratégica para desenvolver uma economia do energético no Brasil em harmonia com as demais fontes de matriz.


“Mas é muito importante que seja avaliado também um programa de incentivo para o nascimento dessa tecnologia, para darmos o pontapé inicial.”


Ela lembra, por exemplo, o Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, criado pelo governo federal em 2002), que contemplou um número limitado de projetos mas foi essencial para o nascimento do setor eólico no Brasil.


E para a energia solar houve os leilões, o primeiro de Pernambuco, em 2014, e depois os leilões federais de reserva a partir de 2015.


“É bastante desafiador começar uma indústria que é inovadora globalmente sem nenhum incentivo.


Essa é uma bandeira que estamos começando a levantar agora para o hidrogênio verde, porque faz toda a diferença”, conclui a executiva.


Fonte: Fotovolt

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