O meio rural atingiu 15,8 megawatts de utilização operacional de energia solar fotovoltaica.
Essa marca atual significa que este tipo de fonte cresceu nove vezes em 2017 e neste ano já dobrou o uso dessa tecnologia no campo.
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“Os agricultores descobriram a energia solar fotovoltaica. São eles os responsáveis por levar o alimento do campo para as áreas urbanas, e passam, agora, a também ter uma complementação de renda.
Gerando energia elétrica para abastecer áreas urbanas e reduzir os seus gastos especificamente”, disse à Agência Brasil o presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia.
Segundo o presidente, essa é uma novidade interessante, porque a demanda tem se espalhado em diversos segmentos.
“O meio rural tem açudes usando energia solar fotovoltaica flutuante em Goiás. Tem projetos mais tradicionais de bombeamento e irrigação em Minas Gerais, quando começa o dia, o pivô é ligado e quando some o sol ele deixa de irrigar a plantação.
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Tem indústria de sorvete no Ceará. O período que vende mais sorvete é no verão e aí pode também gerar energia para garantir energia nesta estação do ano quando gastam mais para refrigerar o sorvete.
No verão, eles gastam muito mais energia por conta da refrigeração, então, casa bem com a sazonalidade deles, com o custo também é bem positiva essa sinergia”, contou Sauaia.
Além do custo mais baixo, outra vantagem apontada por Rodrigo Sauaia para o uso desta tecnologia no campo é a de ela ser mais limpa.
“Muitos desses produtores rurais, às vezes para levar irrigação para uma área produtiva distante da rede elétrica, tinham que levar um gerador a diesel barulhento e poluente no meio da plantação para gerar e poder irrigar.
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Era péssimo para o meio ambiente, caro para o produtor, mas ele precisava fazer isso. Agora, pode fazer isso com o sol, com um sistema móvel e com energia limpa e sem combustível, sem dor de cabeça para o produtor”, observou.
Usinas flutuantes
O engenheiro Orestes Gonçalves Júnior, da empresa F2 Brasil, foi o responsável pela instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica flutuante em açudes da Fazenda Figueiredo, produtora de leite, em Cristalina, Goiás.
Para o engenheiro, a utilização da área de açude amplia a conservação da região e dá melhor destinação a terras que estejam impactadas.
Segundo ele, o uso das placas flutuantes permite ainda ao produtor aproveitar mais a propriedade e manter o solo para as plantações.
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“Ele não está tirando parte agricultável para botar uma usina. A flutuante libera a área usada para a solar, para continuar fazendo desenvolvimento econômico da atividade do agronegócio e, por outro lado, reduz a evaporação que é um ativo, hoje, importante.
Como está faltando muita água, principalmente, em algumas regiões como a do Rio São Francisco, se consegue ter algo em torno de 20% a mais de água por ano.
Deixa de tirar água dos rios, ou tem melhor produtividade na irrigação dele fazendo reduzir a evaporação.
É econômico, ambiental e ao mesmo tempo em maior volume de água nos açudes”, apontou.
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Orestes Gonçalves Júnior destacou ainda que o produtor tem mais uma forma de lucrar com a solar flutuante em açude, que pode ser usado por mais de um produtor da região.
Mais uma alternativa para o produtor é usar os açudes para desenvolver projetos de piscicultura.
Fonte: agenciabrasil
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