O Brasil é um país de clima tropical e dimensões continentais. Para as energias renováveis, isso se traduz como sol em abundância e grandes espaços para as gigantescas instalações de usinas fotovoltaicas.
Essas condições ideais para a instalação de projetos de energia solar de grande porte estão trazendo investimentos significativos para o país.
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Aos poucos, passamos a ser um polo de geração de energia solar, aproveitando mais do potencial de geração do território e abrindo possibilidades para novos negócios e grandes oportunidades.
Atualmente, já existem em funcionamento usinas que geram energia suficiente para abastecer uma cidade de centenas de milhares de habitantes. Isso representa toneladas a menos de carbono emitido para a atmosfera e uma energia mais sustentável e barata sendo utilizada.
Ela é usada como fonte energética para gerar eletricidade (energia solar fotovoltaica e energia heliotérmica) e para aquecimento de líquidos (energia solar térmica).
Neste artigo, nós vamos tratar do sistema fotovoltaico, que tem um uso mais amplo e versátil.
O sistema utiliza painéis solares fotovoltaicos, constituídos por camadas de várias células de semicondutores, normalmente feitas de silício.
A energia solar fotovoltaica é produzida quando partículas de luz solar (fótons) colidem com os átomos de silício do painel solar gerando um deslocamento de elétrons.
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Esse fenômeno cria uma corrente elétrica contínua, chamada de energia solar fotovoltaica.
O inversor solar transforma a corrente contínua em corrente alternada, que é o padrão de energia de residências e edifícios comerciais e industriais.
Assim, a energia solar se transforma em eletricidade para ser usada no local, gerar créditos de energia ou ser armazenada.
Quais são as modalidades de geração de energia fotovoltaica?
As regras para autogeração de energia elétrica no Brasil foram definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em 2012, por meio da Resolução Normativa 482.
O parque solar fica localizada em Bom Jesus da Lapa, no estado da Bahia
Desde então, é cada dia maior o número de instalações solares fotovoltaicas que atendem a demanda de residências e empresas.
A geração distribuída, produção de energia pelos consumidores a partir de fonte renovável, permite o compartilhamento da energia gerada por um único sistema fotovoltaico. São três os modelos de distribuição definidos pela Aneel.
1. Geração compartilhada
Nesse modelo, dois ou mais consumidores localizados na área da distribuidora de energia podem se unir e compartilhar créditos de energia gerados por um sistema fotovoltaico. Cada consumidor tem seu percentual de créditos de energia gerados pela usina solar.
2. Autoconsumo remoto
O consumidor pode instalar um sistema de energia solar no próprio local onde existe o consumo, e/ou receber créditos de um sistema que esteja instalado em outro local, desde que esteja no mesmo estado e mesma distribuidora de energia.
Vale lembrar que o crédito de energia gerado pode ser transferido para quantas unidades o cliente quiser, desde que estejam na mesma titularidade da unidade geradora.
3. Condomínio solar
A modalidade permite a instalação de um sistema solar fotovoltaico em condomínios residenciais verticais ou horizontais, atendendo a múltiplas unidades consumidoras.
O sistema tem por conceito abater primeiro o consumo do condomínio. Depois, caso exista crédito de energia, esse pode ser rateado entre os condôminos.
Mas nem só os consumidores menores podem fazer uso da energia solar. Grandes usuários de energia elétrica, como os clientes do mercado livre de energia, também podem se beneficiar dessa alternativa mais sustentável.
Para isso existe a geração centralizada, que são sistemas utilizados em usinas de grande porte, como as que apresentaremos mais adiante neste artigo.
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Quais são as vantagens e desvantagens da usina fotovoltaica?
Você sabe o que é uma usina solar fotovoltaica? São sistemas fotovoltaicos de grande porte que geram e comercializam energia elétrica.
Normalmente as usinas estão localizadas em áreas estratégicas, planas, onde é possível instalar as centenas de milhares de painéis solares que captam a radiação emitida pelo sol.
A radiação solar é uma fonte energética que apresenta vantagens significativas, que são interessantes para o consumidor final e para investidores, além de ampliar a matriz energética do país.
Claro, tem também alguns pontos fracos. A seguir, vamos analisar as vantagens e desvantagens da energia solar.
Vantagem: Energia alternativa limpa e sustentável
Usina solar é uma excelente alternativa de produção de energia porque não traz impactos ao ambiente.
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Ou seja, não gera resíduos para o solo, não produz ruídos, não altera o ecossistema e também não interfere nos cursos d’água.
Portanto, além de produzir energia limpa, usinas solares ainda contribuem com a natureza, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e ajudando a combater a emissão de gases do efeito estufa.
Vantagem: Maior estabilidade na geração
O funcionamento das usinas solares é dependente do sol, fonte inesgotável de energia. Diferentemente da energia eólica, que depende de vento, a fonte da energia solar está sempre disponível.
Os painéis solares funcionam também em dias nublados e chuvosos, porque dependem da incidência da radiação solar.
Quando não tem sol, a produção é reduzida mas não deixa de existir. À noite não há captação, e as baterias podem garantir o armazenamento de energia.
Vantagem: Grande capacidade de geração
Outra vantagem das usinas solares é que elas conseguem atender grandes demandas energéticas, podendo suprir a eletricidade de cidades, por exemplo.
Além disso, parte da energia gerada é injetada no Sistema Interligado Nacional, reduzindo a dependência de fontes convencionais.
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Desvantagem: Custos de investimento inicial
Altos investimentos iniciais e a falta de incentivos governamentais são fatores que especialistas da área apontam como desafios para uma maior expansão de investimentos no setor.
No entanto, este é um ponto negativo facilmente contornável. Atualmente, existem linhas de financiamento específicas para a realização de projetos de energia solar.
Assim, o maior entrave real acabam sendo os incentivos fiscais, que ainda não acompanham o crescimento do mercado.
O setor das renováveis está em franca expansão não só no Brasil, mas no mundo. Um dos maiores reflexos disso são as situações não raras de produtos para acompanhar e atender essa demanda.
Desvantagem: Distribuição está atrelada a localização da usina
Como a energia produzida pelas usinas solares é distribuída através do Operador Nacional do Sistema Elétrico, a localização da planta solar deve levar em conta a proximidade de linhas de transmissão para facilitar o escoamento dessa energia.
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Quais são as maiores usinas fotovoltaicas do Brasil?
1. Usina Solar São Gonçalo, Piauí
Localizada em São Gonçalo do Gurguéia, no Sul do Piauí, São Gonçalo é atualmente a maior planta solar no Brasil e também na América do Sul.
A primeira etapa da usina, com capacidade de 475 MWp, entrou em operação em janeiro de 2020.
Na primeira fase, o investimento foi de R$1,4 bilhão e para a expansão de 133 KWp, o valor foi de R$ 422 milhões.
A capacidade total do complexo solar é de geração de 608 MWp, produzindo 1.500 GWh (Gigawats-hora) por ano.
Os painéis solares fotovoltaicos usados em São Gonçalo são bifaciais. Ou seja, eles captam a radiação do Sol dos dois lados do painel, aumentando a eficiência e, consequentemente, a geração de energia.
Produzindo um grande volume de energia a partir de fonte renovável, São Gonçalo contribui para a preservação ambiental evitando a emissão de 860 mil toneladas de CO2 na atmosfera a cada ano.
A Enel Green Power adquiriu o direito de concessão por 20 anos em leilão do governo, através da Aneel. Parte da energia produzida é injetada no Sistema Interligado Nacional (SIN) e parte é negociada no mercado livre.
2. Usina Solar Pirapora, Minas Gerais
O Complexo Solar, que tem o nome da cidade onde está localizado, é composto por 11 usinas. Sua capacidade instalada total é de 321 MWp.
A usina começou a operar em 2017 e foi a maior planta do Brasil em produção de energia solar até 2020, quando passou ao segundo lugar.
Aproveitando a alta incidência de radiação solar no Norte de Minas Gerais, a usina produz energia limpa, capaz de atender as necessidades de consumo de mais de 400 mil casas.
Mais de um milhão de painéis solares fotovoltaicos estão instalados em um terreno que poderia abrigar 1.500 campos de futebol.
Instalados a 1,20 metro do solo e inclinados, os painéis giram acompanhando os movimentos do Sol.
O sistema que aciona esse movimento dos painéis também é movido pela energia solar. Ao meio-dia, com o sol a pino, os módulos ficam praticamente horizontais. Quando o céu está nublado, a produção diminui cerca de 30%.
A Usina Solar Pirapora pertence às empresas Omega e EDF EN do Brasil, subsidiária da EDF Energies Nouvelles.
3. Usina Solar Nova Olinda, Piauí
O Parque Solar Nova Olinda, no município de Ribeira do Piauí, a 380 km da capital Teresina, tem capacidade de gerar 292 MWp de energia, volume suficiente para abastecer até 300 mil famílias. A usina começou a funcionar em novembro de 2017.
A estrutura da usina ocupa uma área de 690 hectares, ou 6,9 km2, onde estão instaladas 930 mil placas solares fotovoltaicas.
A energia produzida no complexo é transmitida para a subestação da Chesf, concessionária de energia do estado, no município vizinho de São João do Piauí.
4. Parque Solar Ituverava, Bahia
Localizado em Tabocas do Brejo Velho, no extremo Oeste do estado da Bahia, a 800 km de Salvador, O Parque Solar Ituverava é um dos empreendimentos de grande importância para a economia do município.
Também inaugurada em 2017, a usina tem capacidade de produzir 254 MWp de energia utilizando placas solares fotovoltaicas instaladas numa área de 550 hectares aproximadamente.
Por ano, o Parque Solar Ituverava gera 550 GWh/ano de energia limpa e de fonte renovável, suficientes para o consumo de 270 mil famílias e evita que mais de 180 mil toneladas de CO2 poluam o ambiente.
5. Complexo Solar Lapa, Bahia
Uma região onde nada se plantava, no Centro-oeste da Bahia, se transformou numa grande instalação de placas solares.
São mais de 500 mil painéis fotovoltaicos que captam a luz solar para gerar 158 MW de energia.
O Complexo Solar Lapa, no município de Bom Jesus da Lapa, tem duas usinas: Bom Jesus da Lapa, com capacidade de 80 MWp, e Lapa com 78 MWp.
Foram investidos U$S 175 milhões (aproximadamente 928 milhões de reais na conversão atual) nessa planta solar que gera energia suficiente para o consumo anual de cerca de 166 mil famílias.
Fonte: solarvolt
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