Com sete dos nove lotes voltados para reforçar linhas no Nordeste e norte do Sudeste, expectativa é que obras destravem geração eólica e solar.
Ao vender seus nove lotes, que movimentarão R$ 15,7 bilhões em novos investimentos, o leilão de transmissão 01/2023, realizado dia 30 de junho na sede da B3, em São Paulo, também deve cumprir a principal intenção do certame: escoar a crescente geração de energia renovável gerada no Nordeste e norte do Sudeste para os principais pontos de carga do País.
Imagem: Divulgação
Em um total de projetos que envolvem a construção, operação e manutenção de 6.184 quilômetros de linhas de transmissão e subestações com capacidade de transformação de 400 MVA, a maior parte dos lotes licitados, sete deles, se concentram nos estados de Sergipe, Bahia, norte de Minas Gerais e Espírito Santo, onde há intensa geração solar e eólica, além de imenso potencial para expansão.
As obras licitadas têm prazo de 36 a 66 meses e as concessões são para 30 anos.
No geral, o deságio médio do leilão foi de 50,97%. O lote maior, o lote 2, foi vencido pela Rialma, para construção de três linhas de 1.614 km com investimentos de R$ 4,3 bilhões e RAP (receita anual permitida) de R$ 347,8 milhões, um deságio de 51%.
O segundo maior, o lote 1, foi vencido pelo Consórcio Gênesis, que prevê 1.116 km de linhas e três subestações, e envolve R$ 3,2 bilhões, o segundo maior volume de investimentos e o maior deságio do leilão (66,18%), com RAP de RS 174 milhões.
O mesmo consórcio Gênesis, considerado novato no ramo, também ficou com o lote 8, com RAP de R$ 19,5 milhões e deságio de 55,3%, um dos menores do certame, com apenas 19 km de linhas em Pernambuco.
A Engie ficou com o lote 5, com 1.006 km de linhas, investimentos previstos em R$ 2,67 bilhões, com uma RAP de R$ 249,3 milhões (deságio de 42,8%).
A Isa Cteep venceu dois lotes, o 7, com RAP de R$ 218,8 milhões e deságio de 41,81% (1.044 km de linhas), depois de ter arrematado na primeira rodada do leilão o lote 9 (subestação e automatismo), com deságio de 50% e RAP de R$ 7,4 milhões.
A Cymi venceu o lote 3, com deságio de 52,13% e RAP de R$ 78,8 milhões, com obras de 349 km de linhas.
Já Furnas (Eletrobras) arrematou o lote 4, com RAP de 68,7 milhões e deságio de 45,75%, para construir 304 km de linhas.
A Celeo Redes Brasil venceu o lote 6, com RAP de R$ 99,8 milhões e deságio de 48,23%, para construir 357 km entre Xingó (SE) e Camaçari, na Bahia.
Por conta da capacidade de escoamento de energia renovável reforçada com as novas linhas, a expectativa é que o primeiro leilão tenha potencial de destravar mais de R$ 200 bilhões em investimentos de renováveis, segundo expectativas do Ministério de Minas e Energia.
E a perspectiva melhora com a realização do segundo leilão de transmissão, confirmado para 15 de dezembro e do terceiro, adiado para 2024, provavelmente em março, segundo a Aneel.
Ao todo, os três devem movimentar mais de R$ 50 bilhões em investimentos.
Fonte: Fotovolt
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