Rede precisa ser aterrada, carga pode ser feita em tomadas de 110V e 220V e economia pode ser cinco vezes maior que um modelo a combustão.
Quando pensamos em um carro plugado na tomada durante horas, a primeira pergunta que vem à cabeça é: “Quanto isso vai custar?”. A maioria das pessoas tende a pensar que será uma fortuna. Mas não é bem assim. O custo é mais baixo do que se pensa.
O primeiro ponto a ser ressaltado é que as tomadas residenciais no Brasil seguem o padrão NBR5410, com aqueles três pontos de entrada. Qualquer carro elétrico tem entrada de tomada, como qualquer outro eletrodoméstico. Caso não haja compatibilidade, um simples adaptador resolverá o problema.
A recomendação deste padrão é de que as tomadas de 110 Volts tenham no mínimo 10 amperes e no máximo 20 amperes. Já as de 220 Volts possuem corrente de 20 amperes. Em qualquer uma é possível carregar e o custo é o mesmo, só muda o tempo de recarga.
Por exigência de segurança do padrão NBR5410, a rede deve ser aterrada. Nas residências mais modernas, o aterramento já é feito na construção. Caso não haja, o proprietário deverá fazer a conversão para carregar o carro elétrico.
Em relação ao cálculo do valor, ele pode ser feito pelo próprio proprietário da casa, basta saber o quanto de potência a rede elétrica possui, medida em Watt (W).
Por exemplo, uma tomada de 110V-20A tem potência máxima de 2.200W.
Para calcular o custo, o dono só precisa multiplicar o número de Watts, que está especificado no carregador do carro, pelo tempo em que o veículo ficou ligado na tomada, chegando então ao valor em quilowatt-hora (kWh).
Respeitando o limite apresentado pelas tomadas e, considerando que o carregador possua a potência de 2200W e que o carro ficou ligado dez horas, o gasto de energia foi então de 22 kWh, neste caso.
O preço do kWh é determinado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Porém, a tarifa varia de estado para estado, sendo que, quanto mais ao norte, mais caro é. A média nacional fica entre R$ 0,50 e R$ 0,60. Mas nada impede de regiões terem preço perto, ou superior, a R$ 1,00 e regiões com tarifa na casa dos R$ 0,30.
Para simplificar, vamos usar como exemplo uma taxa de R$ 0,50.
Neste caso, o preço das dez horas carregadas será de R$ 11. Ou seja, o valor nada mais é que a multiplicação de 22 (kWh) x 0,50 (R$).
Se usarmos como exemplo uma tomada de 220V-20A, a potência máxima será de 4.400W. Nas mesmas dez horas, o consumo será de 44 kWh, que resultaria em um valor de R$ 22.
A porcentagem de carga enviada é definida pelo tempo de horas plugado na tomada e pela potência da rede. As baterias mais comuns comercializadas vão de 40 kWh a 60 kWh e a autonomia com bateria cheia fica em torno de 300 km.
No caso de uma tomada de 110V-20A, o tempo para a recarga completa pode demorar mais de 24 horas; nas tomadas de 220V-20A, será sempre metade; e em tomadas de 110V-10A, a potência é de 1.100W, sendo três vezes mais lenta que uma de 220V.
Outro fator que influência na cobrança é a tarifa da bandeira, que pode ser verde, amarela e ou vermelha. Quando está verde, tudo dentro do normal; a amarela é um alerta de cobrança adicional para cada 100 kW/h usados; já a vermelha tem cobrança ainda mais alta para cada 100 kW/h utilizados. Estas tarifas são descobertas direto com a ANEEL.
É bom colocar que, se tiver um carregador de 4400W e ligá-lo em uma tomada de 110V, ele vai consumir 1.100W ou 2200W, apenas, por questão de segurança. Não existe a chance de trabalhar em tomada convencional com 4400W em 110V, pois teria que ter 40 amperes de corrente.
Qualquer montadora que comercialize carros elétricos disponibiliza um carregador de parede (Wallbox), que normalmente carrega 80% da bateria entre 6 e 8 horas.
A diferença é que nestes aparelhos a instalação deve ser feita em tomada trifásica, que aguenta maior carga de potência. As redes domésticas, na grande maioria, são monofásicas ou bifásicas, por não demandarem tanta energia.
As redes trifásicas com 20 amperes de corrente máxima são capazes de produzir uma média de 13.200 W. O custo neste caso é o mesmo das tomadas convencionais, pois entregará mais potência em um período de tempo muito menor.
O preço médio de um Wallbox é de R$ 7 mil e demanda obras na residência para quem não tem a rede trifásica. Esse será o custo adicional em relação às tomadas convencionais.
Muitos proprietário de carros elétricos fazem uso do Sistema Solar Fotovoltaico. Nele, placas de silício são instaladas no telhado na maioria dos casos e transformam os raios solares em energia elétrica. A eletricidade gerada pelas células fica em corrente contínua, podendo ser usada imediatamente.
O sistema gera energia para toda a residência e tem reduções de impostos estaduais, mas cada um tem o seu critério. Empresas que fazem a instalação das placas solares prometem de 50% a 90% de economia em relação a uma conta de luz tradicional.
O porém é o investimento: fica entre R$ 40 mil e R$ 50 mil.
Os carros elétricos ainda são caríssimos no Brasil, com uma média de preços na casa dos R$ 200 mil por modelo. Porém, em comparação aos carros a combustão, sua economia mensal chega a ser mais de cinco vezes maior.
Um veículo elétrico gasta o equivalente a R$ 0,08 por quilômetro rodado, enquanto o movido a combustível fóssil ou vegetal (caso do etanol) gasta em média mais de R$ 0,50. Outra vantagem é a manutenção bem mais simples e com menor periodicidade.
Fonte: Revista Auto Esporte Fábio Delatore, professor do departamento de Engenharia Elétrica do Centro Universitário FEI, colaborou com informações técnicas.
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