Justificativa leva em conta o amadurecimento das fontes, o que dispensaria mais benefícios do BNDES.
Imagem: Divulgação
Os projetos de energia solar e eólica terão as maiores taxas de juros para acessar os recursos recordes e recém-disponibilizados pelo Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, o Fundo Clima, cujo objetivo é financiar projetos, estudos e empreendimentos voltados para a redução de emissões de gases de efeito estufa e dos efeitos da mudança climática.
Em contrato assinado pelo BNDES e o MMA - Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o fundo passou a disponibilizar R$ 10,4 bilhões.
As taxas definidas em 8% ao ano para os projetos das duas fontes renováveis foram estabelecidas, segundo a explicação do BNDES, por conta do alto amadurecimento desses mercados, que dispensam mais incentivos.
Já os projetos de restauro de floresta serão os mais beneficiados, com taxas de apenas 1% ao ano.
Todas as demais áreas, como financiamento para compra de ônibus elétricos, obras de resiliência para adaptação climática das cidades, descarbonização da indústria e agricultura, terão taxas de juros de 6,15% ao ano.
"A taxa de juros que estamos oferecendo é equivalente à de um país que tem grau de investimento, captando recurso em dólar.
Com uma diferença: quem pega financiamento não tem risco de câmbio porque a Fazenda garante essa taxa [por meio de um fundo garantidor contra risco cambial].
Então, é uma taxa muito competitiva e a demanda é muito forte. Vamos liberar com muita rapidez esses recursos", disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Embora não tenha sido informado pelo governo o quanto cada segmento terá disponível dos recursos, o BNDES vai abrir uma plataforma eletrônica com informações sobre cada projeto contemplado, incluindo desembolsos e andamento da iniciativa.
São disponibilizados recursos nas modalidades reembolsável, administrados pelo BNDES, e não-reembolsável, que são operados pelo MMA.
De acordo com informações da Agência Brasil, trata-se do maior volume de recursos da história do fundo, criado em 2009, e que desde então possui uma carteira de contratos em vigor que soma R$ 2,5 bilhões.
Nos últimos quatro anos, o fundo teria ficado praticamente parado, segundo a avaliação do governo federal.
"Saímos do volume de recursos de R$ 400 milhões [em média, por ano] para R$ 10 bilhões ", disse a ministra do MMA, Marina Silva, durante a assinatura do contrato com o BNDES no dia 1º de abril.
As áreas de atuação do fundo envolvem desenvolvimento urbano resiliente e sustentável, indústria verde, logística de transporte, transporte coletivo e mobilidade verde, transição energética, florestas nativas e recursos hídricos e serviços e inovação verde.
Fonte: Fotovolt
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