A sustentabilidade é um tema discutido na Arquitetura há décadas. Há, inclusive, uma mega tendência chamada Arquitetura Sustentável, que visa incluir práticas que poupem o meio ambiente em projetos arquitetônicos.
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Dentro deste conceito, um dos fatores a serem alinhados é o consumo de energia. É preferível incluir formas de obtenção de energia limpa para o funcionamento da construção.
Energias limpas são aquelas que não geram resíduos ou impactos ao meio ambiente. Essas são tendências atuais que já se firmaram em projetos de Engenharia e Arquitetura.
Um dos motivos dessa prática se tornar uma tendência, também, é que ela se mostra 95% mais barata do que consumir energia de outra forma. É uma economia para o planeta e para o dono do imóvel.
BRASIL E A ENERGIA RENOVÁVEL
É interessante destacar que o Brasil é um dos países que têm uma grande capacidade instalada de energia renovável.
De acordo com os dados coletados em 2019 pela Agência Internacional de Energias Renováveis, estamos em terceiro lugar no ranking mundial, com 141.932 MW.
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Os dados apontados pelo Ministério de Minas e Energia mostram que as fontes renováveis de energia chegam a ter uma participação de 70% na matriz energética. Esse número supera, por diversas vezes, o percentual médio mundial.
Além disso, demonstra o grande potencial que temos de seguir desenvolvendo as maneiras de obter e captar fontes de energia renováveis.
Em 2017, houveram estudos para análise do consumo energético. A expectativa era de que, entre 2017 e 2027, houvesse uma diminuição de 10% de consumo de petróleo no Brasil.
Ao avançarmos na adequação de fontes renováveis de energia, estamos caminhando para esse resultado. Isso torna o Brasil um dos países menos intensivos em emissões de carbono.
PRINCIPAIS TIPOS DE ENERGIA LIMPA
A Arquitetura Sustentável se aproveita de fatores naturais, como iluminação e ventilação, para que uma construção tenha conforto térmico e iluminação adequada. No Brasil, temos uma abundância de recursos renováveis que podem ser utilizados para obtenção de energia limpa.
Energia solar
A Energia Solar teve um aumento em construções nos últimos tempos. Entre 2016 e 2018, a participação desse tipo de energia na matriz energética do Brasil passou de 0,1% a 1,4%.
O custo inicial do investimento pode ser desanimador. Contudo, principalmente no Brasil, é uma forma muito eficaz e limpa de obter energia.
Ao longo do tempo, o investimento “se paga” e compensa.
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Algumas empresas instalaram painéis solares para uso próprio. A energia solar é tão abundante que “sobra” para que possam vender para companhias elétricas.
Adequar esse tipo de energia em um projeto de arquitetura pode ser um desafio. Os painéis solares fotovoltaicos não são discretos e precisam ficar em um ambiente exposto ao sol. Isso significa que, muito provavelmente, ficará exposto a quem passar pela construção.
Contudo, locais como os parques da Disney, a sede da Google e o bondinho do Pão de Açúcar utilizam esse tipo de energia para seus funcionamentos. Portanto, é possível planejar um projeto arquitetônico grandioso com painéis solares.
Energia eólica
A energia eólica é obtida através do vento. Ao contrário da energia solar, essa precisa ser bastante estudada, pois depende de sazonalidade, local ideal e outros fatores para funcionar.
Ela também apresenta uma dificuldade na instalação. As turbinas são um pouco caras e a estrutura toda pode gerar poluição sonora. Além disso, pode interferir em radares meteorológicos.
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Apesar de ser uma energia limpa, sem emissão de carbono, dificilmente é adequada para locais residenciais ou comerciais. A construção de um parque eólico pode prejudicar a paisagem.
Para a instalação de moinhos, cataventos ou aerogeradores, é necessário um intenso estudo socioambiental.
Portanto, se torna pouco prático de ser utilizado em projetos arquitetônicos comuns.
Energia hidráulica
Assim como a energia eólica, vamos listar a energia hidráulica, apesar de, dificilmente, ser adequada a um projeto arquitetônico simples.
É importante destacar que esse tipo de energia é considerada limpa, mas não é sustentável. Existem impactos ambientais e sociais relacionados à construção de hidrelétricas.
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A energia hidráulica, proveniente da força da água, é uma das mais utilizadas no Brasil. São 875 hidrelétricas, centrais geradoras hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas no território nacional, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
INFRAESTRUTURA DAS ENERGIAS
Além dos tipos de energias limpas, é necessário considerar a infraestrutura das energias. Para que o meio-ambiente seja beneficiado a longo prazo, algumas empresas estão reformulando suas próprias estruturas.
Centro de Baixa Energia em Carbono da Península Greenwich, Inglaterra
O Centro tem um conceito escultórico de grande escala, desenhado pelo o artista Conrad Shawcross.
Enquanto isso, o trabalho interno age para poupar a atmosfera de cerca de 20 mil toneladas de carbono por ano.
Usina de energia CopenHill, Dinamarca
O edifício dinamarquês foi projetado pelo BIG. Ele funciona como centro de gerenciamento de resíduos e recuperação de energia, e como centro de recreação urbana. Possui uma pista de esqui, uma trilha de caminhada e a parede de escalada mais alta do mundo.
Esse é um grande exemplo de sustentabilidade. Além de se preocupar na qualidade da energia, desenvolve o contexto social e econômico da região.
É mais do que possível combinar Energia Limpa e Arquitetura. Apesar de vermos projetos de infraestrutura de energias que possibilitam qualidade sustentável na Europa, o Brasil tem um grande potencial de se tornar o primeiro país a utilizar 100% de energia de fontes renováveis.
O país está adequando, cada vez mais, as formas de consumo energético. Talvez, em pouco tempo, veremos mais e mais projetos arquitetônicos exemplares que utilizam fontes de energia limpa.
Fonte: Aubicon
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