Favela da zona sul abriga mais uma das iniciativas espalhadas pelas periferias que buscam na energia solar fotovoltaica uma forma de poupar gastos e cuidar do meio ambiente
Inauguração do sistema de energia solar aconteceu em um domingo ensolarado no Vidigal | Foto: Aline Fornel
O investimento em energia solar chegou ao Vidigal, na zona sul do Rio de Janeiro, neste mês de dezembro.
Em evento ocorrido no último dia 5, a ONG SER Alzira de Aleluia inaugurou o 1º Sistema Solar do Vidigal, criado em parceria com o Grupo FRG, PHB Solar, Solarize, Sol Forte, Mirassol e Rede Favela Sustentável.
O objetivo da ação é, além de diminuir os custos fixos da própria organização, incentivar a produção de energia limpa e sustentável nas periferias cariocas.
De acordo com a presidente da ONG, Elma Aleluia, com a chegada do sistema de energia solar, a ONG poderá utilizar o dinheiro da conta para investir em outras atividades que beneficiam as 157 famílias que a instituição atende.
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“Nós tínhamos uma conta mensal de energia R$ 730 e hoje nós estamos pagando entre R$ 200 e R$ 300.
Com a diferença desse pagamento, dá pra gente pagar a internet, dá para a gente sustentar o nosso projeto”, disse.
Para o Vidigal, é o início da trajetória em direção à solução energética solar, mas já existem outras favelas cariocas com este tipo de trabalho há alguns anos.
A pesquisa “Energia Solar nas Favelas do Município do Rio de Janeiro: Iniciativas Exitosas?”
Desenvolvida por Natália Chaves, compilou o atual cenário destas ações. O estudo de caso faz parte do repositório sobre o Big Push para a Sustentabilidade no Brasil, desenvolvido pelo Escritório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) das Nações Unidas.
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Natália é cofundadora da Rede Brasileira de Mulheres na Energia Solar (MESol).
O trabalho é focado em dois projetos maiores: a cooperativa RevoluSolar, que funciona nos morros da Babilônia e Chapéu Mangueira, no Leme; e a startup Insolar, cuja área de atuação é a Favela Santa Marta, em Botafogo.
“Existem no Rio de Janeiro pelo menos outras nove iniciativas como a Revolusolar e a Insolar.
No entanto, elas não são maiores por inviabilidade econômica e falta de visibilidade.
Os resultados socioambientais podem ser expandidos com investimento econômico”, aponta a pesquisa.
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Em 2020, Eduardo Avila, diretor executivo da ONG RevoluSolar, foi um dos finalistas do prêmio Jovens Campeões da Terra, das Nações Unidas (ONU), por conta do trabalho com a organização.
Parcerias e urgência das soluções energéticas
Hans Rauschmayer, sócio-gerente da empresa Solarize, é responsável pela realização dos cursos de capacitação gratuitos na área de energia solar.
O especialista explica que o projeto do 1ª Sistema Solar no Vidigal nasceu através de uma iniciativa do Grupo FRG, que organiza eventos sobre o tema em todo o Brasil.
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Esta mesma empresa, em parceria com a PHB Solar, doou o sistema fotovoltaico.
De acordo com Hans, a Solarize assumiu a coordenação e buscou novos parceiros para que tudo acontecesse, como a Sol Forte (responsável pela instalação), Mirassol (com atuação na obra) e a Rede Favela Sustentável.
“Estou muito feliz que deu certo. A ideia é trabalhar com justiça energética, todo mundo tem que reduzir o valor da conta de luz, todo mundo quer trabalhar e precisa de emprego.
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Então a energia solar permite democratizar a energia, além da possibilidade de qualificação em um mercado crescente”, afirma.
Hans contou que atuou na Maré há alguns anos ao realizar uma instalação, com verba de um doador, no Galpão Bela Maré, na Nova Holanda.
De acordo com ele, a instalação das placas no local também transmite energia para o Observatório de Favelas por meio de compensação remota e representa uma economia aproximada de R$ 20 mil por ano.
Para Pablo D’ornellas, diretor da Sol Fortes, o projeto do Vidigal foi desafiador porque, além do trabalho em si, a pandemia fez com que a execução fosse interrompida algumas vezes.
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Mas ele ressalta o potencial energético do Rio e a importância do investimento neste tipo de solução.
“Existe uma grande oportunidade para esse setor solar nas comunidades cariocas. O Brasil é privilegiado no índice de radiação e o sol pode trazer muita riqueza para os moradores de favelas do Rio e do resto do país”, comenta.
Fonte: mareonline
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