Os filmes orgânicos vêm com adesivos e conectores integrados e podem ser colados em qualquer elemento de construção
Imagem: Divulgação
A MDV, empresa que atua no setor de vidros polarizados inteligentes e vidros blindados arquitetônicos, passou a distribuir no Brasil a partir de abril de 2024 a linha de filmes fotovoltaicos orgânicos (OPV) da alemã Heliatek.
A nova parceria é resultado de estratégia da empresa iniciada há quatro anos, quando passou a laminar vidros com filmes OPV para janelas e guarda-corpos. A operação é por meio da divisão MDV Solar.
Segundo explica o CEO da MDV, Georgios Fotopoulos, o filme comercializado no Brasil – com 2 m x 0,436 m, 1,6 kg e 1,8 mm de espessura – tem potência nominal de 55 W e visa principalmente suprir demandas em telhados e instalações onde os módulos convencionais têm restrições de peso, carga estática e perfuração.
Com preço de R$ 1,5 mil, o filme já conta com adesivo traseiro e conectores integrados, podendo ser colado sobre o telhado, janelas, guarda-corpos, brises, paredes e outros elementos de construção.
De acordo com Fotopoulos, embora a eficiência energética do produto da Heliatek seja menor quando comparada à dos módulos, mesmo assim para os padrões de filmes do mercado é elevada, de cerca de 8%.
Isso porque ele é produzido com a tecnologia de pulverização catódica, ao contrário dos outros filmes orgânicos disponíveis no mercado, produzidos por impressão.
Mas, ainda segundo o CEO, a tendência é de aumento da eficiência de conversão solar. “Em laboratório, chegou-se à marca de 18,5% e, até 2030, espera-se que a eficiência do OPV atinja mais de 20%”, disse.
Apesar disso, o sistema tem o dobro de capacidade de geração por kg de produto em comparação com a tecnologia de módulos fotovoltaicos convencionais, de acordo com ele.
Conforme explica, um filme com 55 W pesa 1,6 kg e gera 34,4 W/kg. Ao mesmo tempo, um módulo de polissilício, de 400 W, que pesa em torno de 30 kg (incluindo o sistema de fixação), geraria 13,33 W/kg.
Mesma tendência de aperfeiçoamento, explica o executivo, deve ocorrer com o preço dos filmes, ainda mais elevado do que o de módulos convencionais de silício. Para ele, para isso ser equalizado basta escala.
Aliás, na sua opinião, a comparação direta com a tecnologia convencional não é justa, porque o OPV, empregado na metodologia batizada de BIPV (do inglês Build-Integrated PhotoVoltaics), é uma possibilidade nova de incorporar a geração solar em construções onde ela não seria possível, portanto sem base de comparação.
“Esse tipo de comparação tem levado a uma interpretação errônea do principal propósito do OPV e até diminuído seu potencial de crescimento.
Não se trata simplesmente de oferecer uma redução de custo na conta de energia elétrica, e sim possibilitar a geração de energia solar em superfícies que não suportam a instalação de módulos fotovoltaicos convencionais”, disse.
Para embasar seu planejamento, Fotopoulos aposta no potencial da tecnologia, não só no Brasil como globalmente.
Para isso, cita levantamento da ONU - Organização das Nações Unidas que aponta que mais de 38% das emissões de carbono são geradas pelos edifícios (em ar-condicionado, iluminação, elevadores e eletrônicos), cujas coberturas não permitem a instalação de módulos convencionais em razão das restrições de peso, carga estática e perfuração.
Para a operação comercial, a MDV Solar utiliza a intermediação de distribuidores dos filmes e de sistemas off-grid para todo o território nacional.
Segundo Fotopoulos, para projetos específicos, a empresa fornece também o projeto fotovoltaico, além da entrega da tecnologia e a instalação do sistema de BIPV.
Com o primeiro lote de importação que chegou em agosto, a empresa fez instalação piloto dos filmes, incorporados na fachada de sua fábrica de vidros em Guarulhos, São Paulo.
Fonte: Fotovolt
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