Política energética da Lei de Redução da Inflação, nos Estados Unidos, vai demandar mais minerais críticos e acende sinal de alerta.
A instituição de nova política fiscal e energética dos Estados Unidos, a Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês), que entre outras medidas dá incentivos fiscais às tecnologias da transição energética, acelerou a demanda por minerais e metais.
Imagem: Divulgação
A conclusão é do estudo “Lei de Redução da Inflação: Impacto no Mercado de Metais e Minerais da América do Norte”, recém-publicado pela consultoria S&P Global.
Para o estudo, a nova demanda pelos chamados “minerais críticos” da transição energética provocada pelo IRA – que inclui incentivos a veículos elétricos, à infraestrutura de carregamento, às fontes solar e eólica, hidrogênio verde e baterias – será maior do que o projetado antes da promulgação da lei em agosto de 2022.
Segundo a análise, no cenário até 2035 o lítio passa a ter demanda 15% maior; o cobalto, 14%; e o níquel, 13% a mais.
Apesar de não estar atualmente listado como mineral crítico nos Estados Unidos, não se qualificando a créditos fiscais do IRA, o cobre também deve ter sua demanda aumentada, por conta de seu uso importante nas tecnologias de descarbonização.
Para a S&P, seu papel como "metal da eletrificação" fará sua demanda ser 12% maior até 2035, em comparação com as projeções antigas.
“Sua demanda aumentará à medida que for usado ao lado de minerais críticos em aplicações de transição energética”, afirma o estudo.
Ao acrescentar os acréscimos pós-IRA ao já projetado anteriormente, o estudo aponta que a demanda total combinada relacionada à transição energética para lítio, níquel e cobalto será 23 vezes maior em 2035 do que era em 2021.
Já a demanda total por cobre será duas vezes maior.
Para chegar a essas conclusões, o estudo analisa as principais aplicações dos quatro metais em todas as tecnologias de transição energética, incluindo geração, transmissão e distribuição de energia e mercados finais, como veículos elétricos.
Em seguida, é feito comparativo com a demanda futura depois da IRA com a oferta atual disponível.
A análise da consultoria considera como um desafio considerável atender ao aumento da demanda. E isso mesmo com os créditos fiscais da nova lei.
Principalmente porque, para se qualificar aos benefícios, o processamento e/ou extração de minerais críticos usados devem estar nos Estados Unidos ou em uma outra nação com a qual o país tenha acordo de livre comércio.
Sob os requisitos do IRA, para o estudo, apenas o lítio provavelmente será fornecido suficientemente nos Estados Unidos, em razão da expansão da capacidade local e em países “amigos”, como Chile, Canadá e Austrália.
O estudo está disponível em IRA: Impact on North America Metals and Minerals Market (ihsmarkit.com).
Fonte: Fotovolt
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