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Guia de Micro e Minigeração Solar

COMO FAÇO PARA TER ELETRICIDADE SOLAR EM MINHA CASA?

O QUE SÃO MICRO E MINIGERADORES SOLARES FOTOVOLTAICOS?



Microgeradores e minigeradores solares fotovoltaicos (FV) são sistemas de geração

elétrica de pequena e média potência, normalmente instalados para produzir energia

suficiente para alimentar uma casa, um edifício ou, até mesmo, um galpão de uma indústria.


Microgeradores são sistemas com potência igual ou de até 75 kW, e minigeradores,

acima de 75 kW e até 5 MW, segundo a Resolução Normativa REN 482/2012 da ANEEL, que foi recentemente alterada pela REN 687-2015.


ONDE PODEM SER INSTALADOS


TELHADO DE EDIFICAÇÕES


O mais comum é instalá-los sobre o telhado de edificações, pois, além de reduzir os riscos de sombreamento pela própria construção, ocupam uma área que não seria utilizada para outro fim.


Ao instalá-los sobre o telhado, você tem ainda a vantagem de poder utilizar a instalação elétrica da edificação como interface entre o gerador solar e a rede elétrica pública.


COMO PROJETAR UM GERADOR


SOLAR FOTOVOLTAICO (FV)


Para participar do Sistema de Compensação de Energia, você deve projetar seu microgerador fotovoltaico de modo que ele atenda à necessidade energética de sua

edificação, gerando no máximo a energia que você consome ao longo de um ano ou considerando o uso de créditos para compensação em outras unidades consumidoras que estão em seu nome.


Primeiramente, o instalador irá verificar o quanto de eletricidade sua casa,

escritório ou indústria consome em determinado período, para calcular qual deve

ser a capacidade de seu sistema fotovoltaico.


Lembre-se, no entanto, de que consumidores atendidos em baixa tensão (grupo B) terão de pagar o custo de disponibilidade nos meses em que a geração for igual ou maior que o consumo da rede, e os consumidores comerciais e industriais com maior carga (grupo A) terão de arcar com o custo da demanda contratada.


Por isso, com o intuito de otimizar os ganhos com a instalação de um sistema de geração solar, recomenda-se aos consumidores do grupo B que a geração para atendimento à própria unidade consumidora seja projetada para gerar um pouco menos que o consumo médio no local, de forma que haja um consumo mínimo da rede mensalmente.


Depois, o instalador irá conhecer o local onde você deseja instalar o gerador, para avaliar as condições físicas e, então, definir como será seu microgerador.


Isso inclui especificar os equipamentos mais adequados (tipo, modelo e quantidade

de módulos fotovoltaicos e inversores), a forma como os módulos fotovoltaicos devem ser ligados, qual o melhor posicionamento para garantir a melhor eficiência, qual a melhor estrutura para fixação dos módulos e se serão necessárias obras estruturais para, por exemplo, suportar o peso do sistema ou para proteger o telhado.


Existem diversas soluções tecnológicas para geração de eletricidade solar em sistemas de pequeno porte. Você pode conhecer algumas opções no site América do Sol.


O projetista/instalador deverá preparar um projeto das instalações de conexão à rede.


LEMBRE-SE


Como os sistemas fotovoltaicos são modulares, inicialmente você pode instalar

um sistema com capacidade menor e, com o decorrer do tempo, expandi-lo

até atender a toda sua demanda energética.


O SISTEMA DE COMPENSAÇÃO DE ENERGIA


Você deve estar se perguntando: mas se meu sistema vai gerar energia

de dia e não produzir nada à noite, quando usamos mais eletricidade,

então eu precisarei ter baterias para armazenar essa energia?


A resposta é não. Você continuará conectado à rede elétrica, que lhe fornecerá energia quando não houver sol. Se seu sistema gerar eletricidade quando não há ninguém em casa para consumi-la, por exemplo, ela será automaticamente injetada na rede, e você receberá um crédito, em kWh, de sua distribuidora por essa energia.


Em outras palavras, você pagará, a cada mês, somente o valor da diferença entre a energia consumida da rede pública e o que foi gerado e injetado por você na rede.


Vale lembrar que o ICMS pode incidir sobre essa diferença ou sobre toda a energia gerada, dependendo da forma como é regulamentado em seu Estado.


Essa possibilidade surgiu em abril de 2012, quando a ANEEL publicou a Resolução Normativa 482/2012.


Internacionalmente, esse sistema é conhecido como net metering e no Brasil se chama Sistema de Compensação de Energia.


Para maiores informações, acesse o Caderno Temático Micro e Minigeração Distribuída, disponível na Biblioteca do site da ANEEL.


Conforme Convênio ICMS 6, de 5 de abril de 2013, do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), exceto nos Estados em que exista legislação local que isente tal cobrança ou que aderiram aos convênios nº 16 (22/04/2015, nº 44 (3/6/2015) e nº 52 (30/6/2015).



PERGUNTAS FREQUENTES


COMO FUNCIONA QUANDO HÁ TARIFAS DIFERENTES AO LONGO DO DIA?


Se você possui tarifas diferenciadas no decorrer do dia, a compensação pela energia gerada além de seu consumo em determinado período do dia e, portanto, injetada na rede será feita no mesmo período nos dias subsequentes (desde que dentro do mesmo mês de faturamento).


Caso haja energia excedente num determinado período (por exemplo, no horário fora de ponta), os créditos poderão ser utilizados para abater o consumo em outro período (no horário de ponta, por exemplo).


Todavia, nesse caso, a quantidade de créditos é multiplicada por uma relação de cerca de 60%. Assim sendo, o excedente de 100 kWh no horário fora de ponta seria convertido em 60 kWh para utilização no horário de ponta.


Veja como isto funciona também no Caderno Temático Micro e Minigeração Distribuída disponível na Biblioteca do site da ANEEL.


COMO CALCULAR A POTÊNCIA DE SEU MICROGERADOR?


1º Com a sua última conta de luz em mãos, acesse o nosso simulador solar para calcular o tamanho de um sistema fotovoltaico que atenda a sua demanda energética.


2º Visando obter a melhor viabilidade econômica do sistema FV, o nosso simulador solar considera um balanço anual sem acúmulo de créditos para o ano seguinte.


Para isso, desconta um consumo mínimo mensal da rede elétrica que corresponde ao custo de disponibilidade.


3º Caso haja geração de energia além do que você consome no mês, o excedente será convertido em créditos na sua conta de luz, que serão usados para abater da sua fatura de eletricidade nos meses subsequentes.


AUTOCONSUMO REMOTO


Você pode compensar o consumo elétrico com créditos gerados também em unidades consumidoras em outro local, desde que esteja na mesma área de atendimento da distribuidora e no nome do mesmo titular.


Um exemplo seria você instalar um sistema FV em sua casa de praia e usar os créditos gerados lá para compensar o consumo de um apartamento no centro da cidade.


GERAÇÃO COMPARTILHADA


Consumidores podem formar um consórcio ou cooperativa que pode reunir pessoas físicas ou jurídicas para repartir a energia gerada por um gerador solar FV e, assim, participar do Sistema de Compensação de Energia.


O sistema de geração pode ser instalado em local diferente do consumo, mas deve estar em uma unidade sob a titularidade do consórcio ou da cooperativa, e na mesma área de concessão ou permissão dos consumidores participantes.


Os créditos gerados podem ser utilizados pelos cooperados/consorciados em suas unidades consumidoras, em porcentagens previamente definidas por eles.


GERAÇÃO EM CONDOMÍNIOS


Condomínios horizontais ou verticais também podem instalar microgeração solar e repartir os créditos entre os condôminos.


Nesse caso, aplicável tanto a condomínios residenciais quanto comerciais, toda a energia gerada e injetada na rede pode ser rateada entre os participantes, sem necessidade de utilizá-la para redução da fatura de energia do próprio condomínio (consumo nas instalações internas – iluminação comunitária, elevadores, etc.).


PASSO A PASSO PARA TER UM SISTEMA FOTOVOLTAICO EM SUA CASA


QUEM PODE DESENVOLVER O PROJETO DE UM MICROGERADOR


O projeto de instalação e de conexão à rede de um micro ou minigerador fotovoltaico

deve ser realizado por uma empresa com experiência comprovada nessa área.


Procure informar-se antes sobre a empresa, solicitando referências de outros

trabalhos na área de geração elétrica.


Você pode encontrar contatos de empresas de energia solar clicando aqui.


RESPONSABILIDADES E DEVERES DO PROPRIETÁRIO E DA DISTRIBUIDORA


RESPONSABILIDADES DO PROPRIETÁRIO


SOLICITAR A CONEXÃO DE SEU SISTEMA FOTOVOLTAICO À REDE ELÉTRICA


Você, como titular da unidade consumidora onde o microgerador será instalado, é quem deverá solicitar à distribuidora local o acesso à rede (as informações necessárias deverão ser disponibilizadas no site da distribuidora).


Seu instalador poderá orientá-lo (leia na página anterior).


Entre os documentos necessários, estão o certificado de conformidade do(s) inversor(es) ou número de registro da concessão do Inmetro, lista de unidades consumidores participantes do sistema de compensação e a ART do Responsável Técnico pelo projeto elétrico e pela instalação do sistema de microgeração.


COMUNICAR SUA DISTRIBUIDORA ANTES DE QUALQUER INTERVENÇÃO NO

SISTEMA FV


Serviços de manutenção ou outras intervenções nos equipamentos ou

na instalação de conexão só poderão ser feitos após a autorização da distribuidora.


Sugerimos ainda que você se informe sobre os procedimentos recomendados pela distribuidora para garantir a segurança do pessoal e de terceiros durante a

execução de serviços.


CUMPRIR OS TERMOS DO RELACIONAMENTO OPERACIONAL


Após aprovado o ponto de conexão à rede, será implantado o sistema de compensação de energia. Para isso, o proprietário do microgerador terá de assinar com a distribuidora um documento chamado Relacionamento Operacional, não sendo necessário nenhum contrato adicional de uso da rede e conexão à mesma.


RESPONSABILIDADES DA DISTRIBUIDORA PAGAR OS CUSTOS DE ADEQUAÇÃO

DO SISTEMA DE MEDIÇÃO


Os custos com a adequação no sistema de medição de energia gerada e consumida deverão ser feitos pela distribuidora, sem cobrança de qualquer taxa para o proprietário de um microgerador.


A ANEEL exige que seja utilizado um medidor bidirecional, o qual mede tanto o que foi gerado quanto o que foi consumido, ou dois medidores unidirecionais, um para medir a energia injetada na rede e outro pra medir a energia consumida.


Depois de instalado(s) o(s) medidor(es), a distribuidora é quem fica responsável pela operação e manutenção, incluindo os custos que isso possa envolver, bem como a realização e total custeio de todos os estudos para integração do sistema à rede.


ENVIAR FATURA COM DETALHES DA GERAÇÃO E CRÉDITOS


A REN 482/2012 atualizada em 2015 pela REN 687/2015 exige das distribuidoras que incluam na conta de luz do consumidor com geração distribuída, os seguintes dados:


a) informação da participação da unidade consumidora no sistema de compensação de energia elétrica;


b) o saldo anterior de créditos em kWh;


c) a energia elétrica ativa consumida, por posto tarifário;


d) a energia elétrica ativa injetada, por posto tarifário;


e) histórico da energia elétrica ativa consumida e da injetada nos últimos 12 ciclos de faturamento;


f) o total de créditos utilizados no ciclo de faturamento, discriminados por unidade consumidora;


g) o total de créditos expirados no ciclo de faturamento;


h) o saldo atualizado de créditos;


i) a próxima parcela do saldo atualizado de créditos a expirar e o ciclo de faturamento em que ocorrerá.


Essas informações podem ser anexadas à fatura, enviadas por correio eletrônico ou disponibilizadas na internet, em um espaço de acesso restrito ao cliente.


RECOMENDAÇÕES PARA GARANTIR A LONGEVIDADE E AUMENTAR O DESEMPENHO

DO MICROGERADOR VERIFIQUE A CONFIABILIDADE DOS FABRICANTES DOS EQUIPAMENTOS A SEREM UTILIZADOS, PRINCIPALMENTE DOS MÓDULOS FOTOVOLTAICOS E DOS INVERSORES.


É fundamental que seu instalador utilize somente equipamentos certificados pelo INMETRO.


Além da qualidade dos equipamentos, o processo de instalação também deve ser observado.


Antes de contratar um instalador, peça uma lista de geradores fotovoltaicos que ele tenha instalado com os respectivos proprietários ou gestores dos geradores e consulte-os (p.ex., enviando email ou telefonando).


Fique atento principalmente ao desempenho e ao atendimento a eventuais solicitações

de substituições de equipamentos dentro da garantia.


LINHAS DE FINANCIAMENTO PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS


Já existem várias opções para você financiar a compra e instalação do seu

micro ou minigerador FV no país. Nessa sessão você conhece alguns detalhes

sobre as principais linhas de financiamento oferecidas por bancos públicos brasileiros.


Para informações sobre as linhas de financiamento, clique aqui.



A MANUTENÇÃO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS É MÍNIMA


DE QUALQUER MODO, VOCÊ PODE TOMAR ALGUNS CUIDADOS PARA MANTER SEU MICROGERADOR FUNCIONANDO COM EFICIÊNCIA E POR MUITO TEMPO


Monitore a produção de energia (via inversor) para verificar e corrigir eventuais falhas de forma rápida.


FAÇA REGULARMENTE UMA INSPEÇÃO VISUAL NOS INVERSORES, PARA VERIFICAR SE NÃO HÁ INSETOS MORANDO EM SEU EQUIPAMENTO.


Fique atento a potenciais sombreamentos causados por fatores não previstos antes da instalação do sistema.

Lembre-se: antes de instalar seu microgerador é importante fazer um estudo de sombreamento para garantir a eficiência dele.


De modo geral, não é preciso limpar os módulos fotovoltaicos, já que, devido à inclinação, a própria chuva encarrega-se de fazer esse trabalho.


Contudo, se os módulos forem instalados com pouca inclinação (cidades próximas à linha do Equador, por exemplo) ou estiverem perto de locais onde há muita poeira ou particulados no ar (aeroportos, fábricas, etc.), faça um acompanhamento para observar se há um depósito muito grande de poeira, fuligem ou outro elemento sobre os módulos, já que isso pode reduzir a eficiência do sistema.


ENERGIA INCENTIVADA


Energia produzida por empreendimentos cuja fonte primária de geração

seja a biomassa, energia eólica ou solar, de potência injetada nos sistemas

de transmissão ou distribuição menor ou igual a 30.000 kW.


INVERSOR


Componente do sistema gerador que converte em corrente alternada

a energia produzida em corrente contínua pelos módulos fotovoltaicos.


MEDIDOR BIDIRECIONAL


Instrumento registrador tanto da energia elétrica consumida,

quanto da injetada na rede, instalado para o faturamento no ponto de medição


MICROGERAÇÃO DISTRIBUÍDA


Central geradora de energia elétrica com potência instalada menor ou igual a 100kW

que utilize fontes com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada,conforme regulamentação da ANEEL, conectada na rede de distribuição

por meio de instalações de unidades consumidoras.


MÓDULO FOTOVOLTAICO


Componente do sistema gerador fotovoltaico que converte a energia solar em eletricidade.


NET METERING OU SISTEMA DE COMPENSAÇÃO DE ENERGIA


Sistema no qual a energia ativa gerada por unidade consumidora com microgeração

distribuída ou minigeração distribuída compense o consumo de energia elétrica ativa.


CONJUNTO DE EQUIPAMENTOS


Usados para conectar as instalações da distribuidora e do consumidor/proprietário do microgerador.


RELACIONAMENTO OPERACIONAL


Documento firmado entre o consumidor proprietário do microgerador e a distribuidora que estabelece as condições para assegurar a operação segura e ordenada das instalações elétricas que interligam a instalação de microgeração ao sistema da distribuidora.


SISTEMA FOTOVOLTAICO


Conjunto integrado de módulos, inversor, medidor e outros componentes,

projetado para converter a energia solar em eletricidade.


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