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Europa acelera renováveis para diminuir dependência de gás russo

Estratégia RePowerEU prevê atingir 565 GW de FV em 2030. Mas entidade da indústria solar europeia diz que é possível chegar a 1 TW.


Imagem: Divulgação


A Comissão Europeia apresentou nesta terça, 8 de março, sua estratégia RePowerEU para garantir, antes de 2030, a segurança energética da Europa sem o combustível da Rússia.


O plano também define uma série de medidas para responder aos aumentos dos preços da energia que vêm ocorrendo há meses.


A RePowerEU busca diversificar o fornecimento de gás, acelerar a implantação de gases renováveis e substituir o combustível no aquecimento e na geração de energia por energia renovável, reduzindo em dois terços a demanda da União Europeia (UE) pelo gás russo já ao final deste ano.


A UE importa 90% de seu consumo de gás, 97% do de petróleo e 70% do de carvão. Em 2021, a Rússia forneceu cerca de 45% das importações de gás, 27% das de petróleo bruto e 46% de carvão.


As propostas da Comissão destacam o papel da mini e microgeração de energia solar na reenergização da UE, com o objetivo de instalar 15 TWh em telhados solares até o final de 2022.


Contando com essa meta para telhados, a estratégia RePowerEU estabelece uma capacidade solar adicional de 420 GW nos países do bloco até 2030, totalizando 565 GW de potência solar na UE naquele horizonte.


As propostas antecipam a instalação de sistemas solares via um aumento de 20% na atual taxa de implantação.


Além disso, uma capacidade adicional de 80 GW renováveis é reservada para dar suporte a uma produção maior de hidrogênio verde.


Embora impressione, o objetivo é modesto, diz a SolarPower Europe, associação europeia de energia solar fotovoltaica.


O cenário mais provável calculado pela entidade já previa 672 GW de energia solar na União Europeia até 2030 mas, com a aceleração de medidas de substituição do gás russo, o número pode atingir mais de 1 TW.


Em resposta às propostas da Comissão Europeia, a SolarPower Europe publicou um roteiro para se chegar ao nível de TW solar na Europa, em que sugere quatro políticas:


– Multiplicar o desenvolvimento de telhados fotovoltaicos tornando a energia solar obrigatória para novos edifícios, proibindo aquecedores a combustível fóssil e realizando investimentos significativos;


– Facilitar o desenvolvimento das usinas centralizadas (utility scale) congelando taxas de conexão à rede e obrigando os estados membros a identificar locais adequados para instalação de centrais fotovoltaicas;


– Incentivar projetos solares inteligentes e híbridos, usando financiamentos dos fundos para modernização da infraestrutura de energia e para a transição energética (CEF-E e RRF), e criar uma força-tarefa da Comissão Europeia para projetos híbridos de acesso a mercados de flexibilidade; e


– Acelerar a implantação da capacidade de fabricação de tecnologia solar fotovoltaica na UE com € 1 bilhão de financiamento para redução de riscos, por meio de programas de recuperação econômica e de descarbonização (InvestEU & Innovation Funds).


Fonte: Fotovolt

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