O uso de fontes renováveis para a produção de hidrogênio pode torná-lo mais competitivo e contribuir para a expansão desse mercado.
Na Austrália, há projetos de financiamento para instalação de eletrolisadores em larga escala alimentados por energia solar e eólica
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Com o objetivo de reduzir o custo da produção de hidrogênio verde para menos de US$ 2 por quilograma, a Arena - Australian Renewable Energy Agency vai financiar projetos de implantação de eletrolisadores com capacidade de pelo menos 5 MW alimentados inteiramente por eletricidade de fontes renováveis.
Segundo a entidade, atualmente, a maneira mais promissora de produzir hidrogênio renovável é através do processo de eletrólise usando energia renovável.
Para a Arena, o hidrogênio está emergindo como um caminho provável para fornecer alternativas renováveis para a indústria, transporte pesado e outros setores que dependem de combustíveis líquidos, impulsionado pela rápida queda de custo da eletricidade proveniente de energia solar e eólica.
A Austrália pretende utilizar seus recursos solares e eólicos para se tornar um futuro exportador de hidrogênio renovável.
A Arena abriu em 15 de abril uma rodada de financiamento de US$ 70 milhões para acelerar o desenvolvimento da tecnologia de eletrolisadores de hidrogênio.
Os recursos deverão ser concedidos antes do final de 2021 e a construção dos projetos deverá ser iniciada em 2022.
“Com esse investimento significativo, esperamos levar o setor para o próximo nível. Apoiamos uma série de estudos de viabilidade e projetos piloto nos últimos dois anos, mas agora precisamos iniciar a jornada de produção de hidrogênio em escala", diz Darren Miller, CEO da Arena.
Até o momento, a Arena investiu mais de US $ 55 milhões em projetos pré-comerciais de hidrogênio renovável.
A Dyno Nobel, a Queensland Nitrates e a Yara Fertilizers estão realizando estudos de viabilidade sobre o uso de hidrogênio renovável para complementar sua produção de amônia, enquanto a ATCO, a Jemena e a Australian Gas Networks estão testando a mistura de hidrogênio renovável nos gasodutos existentes.
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"Através desta rodada, a Arena pretende compartilhar conhecimentos sobre parâmetros técnicos e comerciais para a produção de hidrogênio renovável em escala comercial para os mercados doméstico e internacional”.
A Estratégia Nacional de Hidrogênio da Austrália tem, entre suas metas, tornar o país um dos três principais exportadores de hidrogênio para os mercados asiáticos.
Três dos quatro principais parceiros comerciais da Austrália — Japão, Coréia do Sul e China — já assumiram compromissos de usar hidrogênio renovável para descarbonizar sua energia.
A Europa e os Estados Unidos também estão emergindo como mercados prováveis, com interesse em hidrogênio para aplicações de transporte no curto prazo, e, no longo prazo, em siderurgia e produção de produtos químicos.
Tendo em vista possíveis concorrentes em função da crescente demanda, a Arena pretende que o custo de produção de um quilograma de hidrogênio fique abaixo de US$ 2.
Num cenário denominado "cautelosamente otimista", é previsto que a indústria de hidrogênio da Austrália possa gerar 7600 empregos e US$ 11 bilhões em PIB adicional até 2050.
Segundo Darren Miller, a Austrália está bem posicionada para se tornar um grande produtor e exportador de hidrogênio renovável.
“Somos abençoados com alguns dos melhores recursos eólicos e solares do mundo, uma grande massa de terra escassamente povoada e, como principal exportador de energia e recursos, já somos um parceiro comercial experiente e confiável para países como Japão e Coréia do Sul, que serão importadores de hidrogênio no futuro”.
Fonte: Fotovolt
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