Rio, 21/06/2022 - O crescimento da geração própria de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos, a geração distribuída (GD), pode trazer mais de R$ 86 bilhões em benefícios no setor elétrico já na próxima década.
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É o que concluiu um estudo da consultoria especializada Volt Robotics, encomendado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Com esse resultado, a conta de luz de todos os consumidores, inclusive os que não tiverem sistema solar próprio, deve cair 5,6% até 2031.
A partir da inserção de sistemas solares distribuídos em áreas rurais e cidades, a pesquisa intitulada “Contribuições da geração própria de energia solar na redução da conta de luz de todos os brasileiros” traçou paralelos entre o aumento da geração de energia limpa e as projeções futuras de redução de tarifas para todos os consumidores, apresentando as contribuições da geração de energia solar para a redução dos preços de eletricidade no País.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a geração distribuída saltará de 11 gigawatts (GW) de potência instalada hoje para 37,2 GW em 2031.
Seguindo esse crescimento na produção, a previsão é de que o acionamento da bandeira vermelha nas tarifas de energia elétrica deve ser reduzido em cerca de 15%.
Já em cenários de crise hídrica, como nos anos de 2001, 2014 e 2021, o estudo previu que a ocorrência de aumentos na bandeira tarifária aos consumidores deve cair para 17%.
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Além de benefícios financeiros, a pesquisa aponta que a redução na emissão de gases de efeito estufa em cenários médios chega a 67 milhões de toneladas de CO2.
Já pensando em uma nova crise hídrica, que hoje exige maior acionamento de termelétricas, a diminuição seria de 121 milhões de toneladas.
Segundo Guilherme Susteras, coordenador do grupo de trabalho de geração distribuída da Absolar, para que as projeções se concretizem, a população e o Congresso Nacional estão acompanhando de perto este trabalho.
“A ideia é justamente garantir que a geração própria de energia renovável receba o tratamento correto, adequado e condizente com as necessidades do País, de modo a maximizar os benefícios que podem proporcionar a todos os cidadãos”, disse o executivo.
Já para Bárbara Rubim, vice-presidente de geração distribuída da entidade, os resultados positivos são diretrizes estratégicas para a geração de energia limpa no Brasil, o que é essencial para pensar o futuro da energia sustentável no País.
“É fundamental que o processo de definição de regras tenha uma reflexão aprofundada e compatível com a abrangência e importância do tema para a sociedade brasileira”, afirmou Rubim.
Fonte: Estadão
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