Importação hoje equivale a quase 2% da energia total produzida no país. Supera toda a energia solar que entra no sistema. E é semelhante a quantidade gerada pela usina nuclear de Angra II.
Em meio à falta de chuva e à crise energética, o Brasil mais que dobrou o volume de energia elétrica importada, em agosto.
Importação hoje equivale a quase 2% da energia total produzida no país. — Foto: Reprodução/JN
A energia é importada do Uruguai e da Argentina. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico mostram que no mês de agosto, o Brasil comprou dos vizinhos em média, 1.338 megawatts por dia.
Mais que o dobro da média de julho, que foi de 617 megawatts, e quase 12 vezes mais que em agosto de 2020.
A professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e diretora do Instituto Ilumina, Clarice Ferraz, chama a atenção para o preço mais alto que o Brasil paga pela energia importada: “Uma energia vendida por um contrato em um leilão de longo prazo, o MW/hora está custando em torno de R$ 170 e essa eletricidade importada sai em torno de R$ 2 mil. Mais de 10 vezes.
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Se a gente pode comparar com eólica e solar que ainda estão em patamares inferiores, a gente está falando de eletricidade 20 vezes mais cara, as proporções começam a ficar muito impressionantes”.
A importação hoje equivale a quase 2% da energia total produzida no país. Supera toda a energia solar que entra no sistema. E é semelhante à quantidade gerada pela usina nuclear de Angra II.
Especialistas afirmam que, diante da falta de planejamento para enfrentar a estiagem, o governo está sem alternativas.
Nos últimos três meses, o consumo de energia térmica aumentou cerca de 50%, e está chegando ao limite. A importação de eletricidade seria uma espécie de último recurso.
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É o que afirma Jerson Kelman, ex-diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica.
“Quando você está andando no fio da navalha, já no finalzinho de todos os recursos, qualquer recurso a mais, mesmo que percentualmente pequeno fica importante. Fica caro e muito importante”, diz.
A importação pretende reduzir, principalmente, o impacto da crise hídrica, na região Sul, que mais sofreu com a estiagem no último mês.
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Os reservatórios no Sul estão com menos de 27% da capacidade. Pode também aliviar o abastecimento no Sudeste e Centro-Oeste, onde o armazenamento de água está em 20,91%.
“Essa conta altíssima agora é resultado realmente de falta de planejamento. Se tivessem visto esse problema com antecedência, no ano passado já se começou a disparar termelétrica, a situação pluviométrica já não estava boa, já havia como saber que esse ano seria complicado”, destaca Clarice Ferraz.
Fonte: g1
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