Segmento de GD possui 6,532 GW de potência instalada e GC opera com 3,468 GW em usinas solares
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O Brasil ultrapassou a marca histórica de 10 GW de potência operacional da fonte solar em usinas de grande porte e pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos.
Segundo o estudo, o segmento de GD (geração distribuída) possui 6,532 GW de potência instalada fotovoltaica, enquanto que a GC (geração centralizada) opera com 3,468 GW em usinas solares, o equivalente a 1,95% da matriz elétrica brasileira.
A marca foi alcançada nesta sexta-feira (20), dois dias após a Câmara dos Deputados aprovar o texto-base do PL 5829, que visa estabelecer uma transição para a cobrança de encargos e tarifas de uso dos sistemas de distribuição por parte dos micro e minigeradores de geração distribuída.
“A expectativa com o novo Marco Legal da GD é a intensificação dos fluxos de investimentos no setor, suportados por uma maior segurança jurídica.
Quanto aos segmentos de negócios, avaliamos que as novas regras favorecerão a adoção de sistemas híbridos, de armazenamento e de gerenciamento de energia, que proporcionarão maior valor aos clientes finais, dada a complexidade das regras de transição”, comentou André Gellers, country manager da SMA Brasil.
O recorde histórico também reforça o crescimento do setor nos últimos anos, que viu sua potência operacional dobrar em pouco mais de um ano, saltando de 5 GW em abril de 2020 para os atuais 10 GW.
Somente nos últimos cinco meses, foram 2 GW adicionados.
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Geração distribuída
Com 6,532 GW de potência instalada, a modalidade vem registrando uma expansão meteórica nos últimos anos.
Na comparação com o começo do ano, por exemplo, quando a GD estava em 4,729 GW em janeiro, o crescimento foi de 38,12%.
O segmento de GD já foi responsável pela atração de mais de R$ 32 bilhões em novos investimentos no país desde 2012, agregando mais de 189 mil empregos acumulados, segundo balanço, apresentado nesta terça-feira (17), pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
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Dentre as regiões brasileiras, a que mais instalou potência solar foi a Sudeste, com certa de 2,41 GW.
Logo atrás, aparecem as regiões Sul (1,39 GW), Nordeste (1,23 GW); Centro-Oeste (1,12 GW) e Norte (0,37 GW).
Os lares brasileiros acumulam os maiores volumes de potência instalada entre as classes de consumo, com 2,7 GW, pouco mais de 40% do total.
Neste quesito, também se destacam os empreendimentos comerciais e as propriedades rurais, com 2,34 GW e 0,87 GW, respectivamente.
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Os dados revelam ainda que pouco mais de 568 mil unidades de GD solar foram introduzidas no sistema brasileiro desde o início da expansão da fonte.
Os números de hoje representam um aumento de 86,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando havia 305 mil unidades instaladas.
Geração Centralizada
Com 3,468 GW de potência fiscalizada, as usinas solares de grande porte são, atualmente, a sétima maior fonte de geração do Brasil.
Dentre as regiões, o Nordeste é a que contabiliza o maior volume de potência fiscalizada, com 2,47 GW, nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
O Sudeste aparece na sequência, com 0,93 GW de potência fiscalizada nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.
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Já as regiões Centro Oeste, Sul e Norte contabilizam juntas cerca de 0,3 GW de potência fiscalizada.
Além das usinas em operação, o país também conta com 77 empreendimentos em construção e 539 com construção não iniciada.
Juntos, os novos espaços devem entregar mais de 24,7 GW de potência solar ao país nos próximos anos.
Avaliação dos números
Para Carlos Evangelista, presidente da ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída), os números comprovam o crescimento da energia solar nos últimos anos, mesmo com a falta de incentivos.
“O Brasil não pode abrir mão de nenhuma fonte renovável e a fonte fotovoltaica é hoje a bola da vez pelo fato de os preços estarem caindo bastante e pela sua facilidade de instalação”, analisou.
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O executivo pontuou ainda que o fato de a GD solar ter quase duas vezes mais potência instalada que a GC no Brasil revela que consumidores estão cada vez mais buscando produzir a sua própria energia. “Isso é uma tendência mundial e irreversível”, avaliou.
Evangelista também destacou a necessidade de o Brasil investir cada vez mais no fomento das energias renováveis, como solar, eólica e biomassa, pensando no futuro do planeta e das próximas gerações.
“Sempre fomos muito orgulhosos de termos uma matriz limpa por meio das hidrelétricas, o que não estava errado.
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Só que agora, com a crise hídrica, teremos problemas se não diversificarmos a nossa matriz energética, com energias limpas e não mais com as fosseis”, pontuou.
Por meio de seus estudos, a ABSOLAR também destaca a necessidade de mais investimentos em renováveis e avalia que, embora tenha avançado nos últimos anos, o país continua atrasado no uso da fonte solar.
“Dos mais de 87,5 milhões de consumidores de eletricidade do país, apenas 0,8% já faz uso do sol para produzir energia limpa, renovável e competitiva”.
Fonte: academiadosol
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