Relatório destaca os riscos do fenômeno da “deflação do valor solar”, que pode afastar os investidores
De acordo com o relatório, desde 2014, os preços médios de energia solar no atacado caíram 37% em comparação com os preços médios de eletricidade de outras fontes Manu Dias/GOVBA/.
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A energia solar é um dos melhores exemplos de como é possível produzir uma energia que seja limpa, barata e renovável.
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Usar o sol como fonte primária de geração de eletricidade é uma das formas mais eficazes de substituir economias baseadas em combustíveis fósseis por economias de baixo carbono, fator fundamental para amenizar os efeitos da crise climática e para atender aos compromissos estabelecidos no Acordo de Paris.
Mas há uma geração de energia solar é concentrada em períodos relativamente curtos do dia.
Diferente de outros tipos de operações, as que ocorrem nas usinas solares não são facilmente reguladas, gerando eletricidade de acordo com a intensidade do sol.
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Logo, quando uma usina está em seu nível máximo de aproveitamento, também estão todas as outras que ficam próximas.
Isso faz com que a produção de energia do tipo seja suscetível a um fenômeno conhecido como “deflação do valor solar”.
De acordo com uma análise do Breakthrough Institute, a Califórnia, estado norte-americano líder na produção de energia solar do mundo, já começa a se preocupar com essa questão — apesar de ainda se beneficiar de incentivos do governo.
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“À medida que mais geradores solares são instalados, o preço médio de atacado da eletricidade diminui nas horas próximas do meio-dia.
Isso reduz o valor tanto da energia solar nova quanto da já existente, em comparação com outras fontes de eletricidade”, afirma o relatório.
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O documento ainda destaca que, desde 2014, os preços médios de energia solar no atacado caíram 37% em comparação com os preços médios de eletricidade provinda de outras fontes, isto é, a energia solar vale cada vez menos.
O cumprimento das metas ambientais dos próximos anos depende fortemente da construção de mais usinas do tipo.
Mas, apesar dos consumidores poderem se beneficiar com o baixo custo, o relatório do Breakthrough Institute reforça que a deflação pode ser um empecilho, já que investidores podem se sentir desestimulados com a falta de ganhos.
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No Brasil, a energia solar representa 1,9% de toda a matriz elétrica nacional. Mas é cada vez mais comum observar o aparecimento de placas de captação.
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), com dados da International Energy Agency Photovoltaic Power Systems Programme (IEA PVPS), os brasileiros ocupam o nono lugar no ranking dos países que mais produziram energia fotovoltaica em 2020, ficando atrás de nações como China, Estados Unidos, Vietnã, Japão e Alemanha (que ocupam as cinco primeiras posições).
Em 2019, o Brasil estava em décimo segundo.
Por aqui, a deflação do valor solar parece distante.
Mas, de acordo com o relatório do Breakthrough Institute, o que acontece na Califórnia pode servir de alerta para o que pode acontecer no resto do mundo, conforme a demanda por energia limpa e renovável aumenta e a energia solar ganha relevância.
Fonte: Revista veja
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